domingo, 24 de abril de 2011

A calândria do Palmar

Cinzas do meu fogão

O fogo quase apagado,
A chaleira meia fria...
Em triste e lenta agonia
Morre sozinho um tição
Enquanto que a viração
De alguma brisa campeira
Vai esparramando a poeira das
CINZAS DO MEU FOGÃO.

Esparsas e bem ralinhas,
Carregadas pelo vento,
Vão se perdendo ao relento
Em mirrada procissão ,
Como se a evaporação
Brota-se no descampado;
É o pó que foi levantado
DAS CINSAS DO MEU FOGÃO


Gaucho, quando cruzares as coxilhas do meu Pago
E enxergues, cobrindo o lago,
Uma tênue cerração
Não te cause apreensão
As águas assim veladas,
Por que ali foram jogadas
AS CINZAS DO MEU FOGÃO

Aos poetas do Rio Grande
Que cantam o chão amado
No verso que vem transado
Com tentos da tradição,
Eu peso nesta ocasião - se encontrarem no caminho-
Que juntem algum pozinho
DAS CINZAS DO MEU FOGÃO

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